Romanos 2.17-29

AS DESCULPAS DO HOMEM X Praticar aquilo que se prega

Nesses versículos Paulo lembra a incoerência do povo judeu na vida religiosa. Se o povo judeu era o Povo de Deus, se tinha recebido a Lei, se conhecia a vontade de Deus e pregava isto aos outros povos, então era inadmissível que vivesse o contrário daquilo em que acreditava e que anunciava. Paulo então enumera algumas dessas incoerências: não saber e querer ensinar; pregar contra o roubo e o adultério e ser ladrão e adúltero; professar a fé num só Deus, mas aceitar ídolos e roubar no Templo... O que adiantava então conhecer a Lei? Aí Paulo volta ao refrão: não se pode separar FÉ e CONDUTA ÉTICA.

As pessoas estão sempre apresentando desculpas. Dizem, em resposta ao julgamento de Deus, ou "não sou tão ruim assim", ou "sou religioso". Você pode achar estas duas desculpas nesta passagem?

Muitas vezes, há uma disfarçada hipocrisia no nosso ser cristão: acreditamos e pregamos o Evangelho e não VIVEMOS aquilo que cremos ou pregamos. É uma hipocrisia e até um escândalo, pois afastamos de Deus as pessoas (nos tornamos PEDRAS DE TROPEÇO - 1Co 10.32)

Continuando a sua reflexão sobre a observância da Lei, Paulo fala do sinal concreto da Aliança entre Deus e o povo hebreu: a circuncisão. A circuncisão era um rito religioso que consistia no corte do prepúcio, pele que encobre a glande do pênis. Uma espécie de operação de fimose. Ainda hoje a circuncisão é feita na liturgia hebraica como rito de iniciação na comunidade. A circuncisão tem um sentido teológico fundamental: era sinal da ALIANÇA COM DEUS para sempre (Gn 17.10); por isso era feita com SANGUE (do mesmo modo como foram feitas as alianças antigas); era feita a circuncisão no órgão que gerava a VIDA; era o sinal de aliança de vida para sempre [a mulher participava da Aliança por meio do homem]. - Acreditava o povo hebreu que, por ser o Povo de Deus, povo da Aliança feita com sangue, era já o povo da salvação. E Paulo contesta essa concepção, mostrando que, a circuncisão por si só não salva ninguém.

Paulo escreveu para judeus e não-judeus. O que representava essa distinção naquele tempo? Qual é o seu equivalente em nossa situação religiosa atual?

- Esse texto deixa bastante claro a semelhança entre CIRCUNCISÃO e BATISMO cristão. A princípio, o que é a circuncisão para o judeu, é o batismo para o cristão (a diferença é a nossa posição diante da Lei, e, do Salvador). Mas, como só a circuncisão não salva, do mesmo modo também só o batismo não salva. Como a circuncisão exige coerência com a Lei, o Batismo exige coerência com o Evangelho. Sem o seguimento concreto de Jesus, sem fé, o batismo não salvará ninguém. Por outro lado, uma pessoa não batizada, mas que vive a justiça, pratica o bem e ama o próximo e CRÊ em Jesus Cristo, essa pessoa será salva, sem dúvida. O batismo exige compromisso com Jesus Cristo e com sua causa. - Qual é a diferença entre alguém que é cristão "no rótulo" (exteriormente) e alguém que é um cristão verdadeiro? Qual deles é você, e como pode estar certo disso?