A Mão Mais Bonita

 

Uma velha história conta que, certa vez, três jovens mulheres discutiam sobre suas mãos. Cada qual achava que a sua mão era a mais bonita. Uma delas mergulhou suas mãos num riacho de águas puríssimas para deixá-las ainda mais limpas e brilhantes. A outra colheu frutos até seus dedos ficarem vermelhos. E a terceira colheu flores muito perfumadas; o perfume das flores passou para suas mãos.

Uma velha senhora de aspecto meio selvagem e pobre passou por ali e pediu a estas mulheres uma pequena ajuda, uma esmola, mas as três mulheres se recusaram a dar-lhe ajuda. Outra jovem mulher, simples, sem qualquer pretensão e beleza, ouvindo o pedido da velha mulher, deu a ela uma esmola. Então a velha e pobre mulher disse: "A mão mais bonita não é a que é lavada nas águas puras de um riacho, nem a que é pintada de vermelho pelos frutos que colhe e nem a que é enfeitada e perfumada com flores, mas a mão mais bonita é a mão que ajuda os necessitados." À medida que falava, suas rugas desapareceram, se desfez a bengala e transformou-se em um anjo.

Isso é naturalmente uma lenda, uma história que quer nos transmitir algo muito profundo, bonito e verdadeiro. As mais belas mãos são as mãos que ajudam e auxiliam em nome de Cristo. As nossas mãos são expressivas! Podem trabalhar, sentir e amar. Podem unir-se em oração para agradecer e louvar a Deus.

Como são as nossas mãos? Mãos que ajudam ou ignoram? Mãos que derrubam ou levantam? Mãos que machucam ou que consolam? Mãos que se fecham mostrando egoísmo ou mãos que se abrem em favor da vida?

O nosso contexto está necessitando de mãos dispostas a construir um mundo melhor e mais humano. Mãos que seguram o volante do carro com responsabilidade e amor. Mãos que desprendam o uso das armas. Mãos que não semeiam a morte através da distribuição de drogas. Mãos que não sejam agressivas e ameaçadoras e, sim, que sejam um sinal constante de vida, de ajuda, de acolhimento. Temos mãos. O que elas estão transmitindo?

O importante não são as mãos bonitas, mas as limpas e prestativas; podem até estar cheias de calos e de rugas, porque as mãos mais bonitas são as mãos que ajudam.

(BECKER, Alberto. "Um Olhar para o Vale", 2ª edição, p.13)