Lobos Internos

Um velho Avô disse a seu neto, que veio a ele com raiva de um amigo que lhe havia feito uma injustiça:

      "Deixe-me contar-lhe uma história.
      Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio àqueles que 'aprontaram' tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram.
Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo.
      É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra.
      Lutei muitas vezes contra estes sentimentos".
      E ele continuou: "É como se existissem dois lobos dentro de mim.
      Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender.
      Ele só lutará quando for certo fazer isto, e da maneira correta.
      Mas, o outro lobo, ah!, este é cheio de raiva. Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira!
      Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo.
      Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes.
      É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar coisa alguma!
      Algumas vezes é difícil de conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito".

      O garoto olhou intensamente nos olhos de seu Avô e perguntou:
      "Qual deles vence, Vovô?"

      O Avô sorriu e respondeu baixinho:
                                       "Aquele que eu alimento".

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"Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não porém o efetuá-lo. (...)

Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus." - (Romanos 7.18; 8.1)